Unicamp e Embrapa utilizam drones e IA para otimizar produção agrícola

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Pesquisa da Unicamp e Embrapa usa drones e inteligência artificial para melhorar produção agrícola

Estudo visa identificar plantas mais resistentes e desenvolver sementes adaptadas ao calor para aprimorar a produção de alimentos em meio ao cenário de aquecimento global.

Uma pesquisa conduzida pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em colaboração com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) emprega drones e inteligência artificial para acelerar o melhoramento genético de plantações de milho.

O intuito do estudo é encontrar plantas mais resistentes e criar sementes mais adaptadas ao calor, visando a melhoria na produção de alimentos em meio ao contexto de aquecimento global.

Os primeiros resultados desse estudo foram publicados em uma revista científica internacional no início de janeiro de 2024. Além disso, o trabalho poderá ser utilizado no futuro para o desenvolvimento de outros tipos de cultura.

SECA E BAIXA PRODUTIVIDADE

Nelson e sua família cultivam soja em 150 hectares de terra durante o verão, conhecida como safra das águas. Já na safra da seca, no inverno, a produção se concentra principalmente em milho, abrangendo 90 hectares da propriedade. No entanto, a escassez de chuvas nos invernos recentes tem sido um problema.

A produção de milho durante a safra de inverno tem ganhado destaque nas lavouras do centro-sul do país nos últimos anos. Devido à necessidade de água da planta e ao clima seco característico da estação, o cultivo apresenta desafios.

DESENVOLVIMENTO E EFICIÊNCIA

Pesquisas científicas e o desenvolvimento de novas tecnologias contribuem para agilizar e melhorar a eficiência do cultivo com pouca disponibilidade de água. O estudo realizado com o auxílio de drones consegue identificar plantas de milho resistentes à seca.

A coordenadora do trabalho explicou que a identificação dos indivíduos mais resistentes em uma plantação possibilita estudá-los e facilitar o melhoramento genético das plantas, bem como as condições para os produtores de milho no futuro.

Os primeiros testes práticos da pesquisa começaram durante a época de maior estiagem, aproximadamente dois anos atrás. Foi durante a safra de inverno de 2023 que a lavoura experimental de milho da Unicamp foi sobrevoada pelos drones pela primeira vez, proporcionando os primeiros passos para o prosseguimento da pesquisa.

Os drones equipados com câmeras de infravermelho capturaram mil fotos durante os experimentos, e as imagens de alta resolução são analisadas por um computador. A partir das fotografias, pesquisadores de diferentes áreas desenvolveram índices para avaliar a saúde das plantas durante a seca, o que pode facilitar o cultivo e aumentar as chances de prosperidade no calor.

A pesquisa, que utiliza imagens aéreas para selecionar plantas resistentes à seca, é fruto de uma parceria entre a Unicamp e a Embrapa, contando com financiamento de longo prazo da Fapesp. A expectativa é que os resultados gerados possam impactar positivamente o mercado do agronegócio comercial ao longo dos próximos anos.

Em conclusão, a pesquisa liderada pela Unicamp e pela Embrapa, que emprega drones e inteligência artificial, tem o potencial de revolucionar a produção agrícola, tornando-a mais eficiente e adaptada aos desafios climáticos atuais. A busca por plantas mais resistentes à seca e sementes adaptadas ao calor pode representar um avanço significativo para o setor agropecuário, beneficiando tanto os produtores quanto o meio ambiente.

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