O CEO da Liga Saudita fala sobre desejo de levar Vini Jr.: “Nossos clubes têm tudo
para atraí-lo”
Omar Mugharbel explica a estratégia futebolística e comercial por trás do desejo
assinar com o atacante brasileiro, além de comentar o momento do futebol da
Arábia Saudita atualmente
Neymar concorda com CR7: Liga Saudita é maior que o Campeonato Francês
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Uma possível proposta bilionária da Arábia Saudita para Vini Jr. gerou tumulto
no mundo do futebol em agosto do ano passado. A promessa era tirar o atacante do Real Madrid
no auge da carreira com o maior contrato da história. O CEO da Liga Saudita,
Omar Mugharbel, garantiu que ainda há esperança de que a transferência possa
ocorrer no futuro e também comentou os diferencias do torneio que podem atrair o
brasileiro.
— Temos clubes diferentes em níveis diferentes, com diferentes maturidades. Isso
acontece em todas as ligas do mundo. Existem equipes que conseguem atrair esse
tipo de jogador e outras que ainda precisam se desenvolver muito mais. E se eu
avaliar pelo que temos hoje, nossos clubes têm tudo que é preciso para atrair,
desenvolver e nutrir talentos como esse. Então vamos esperar e ver o que
acontece com isso — disse o executivo, em entrevista ao jornal “Diario AS”.
O interesse de levar Vini Jr. para a Arábia Saudita surgiu do Fundo de
Investimento Público da Arábia Saudita (PIF). Não houve uma proposta oficial
para o jogador e nem para o Real Madrid, clube de Vinicius, mas o desejo da
organização era que o atacante assinasse com o Al-Ahli por cinco anos.
Vini Jr. marca terceiro gol do Real Madrid contra o Pachuca — Foto: Getty
Images
O CEO explica que a vinda de Vini Jr. seria muito importante para o Campeonato
Saudita, por razões que ultrapassam as quatro linhas do gramado. Omar assegura
que ter um jogador do nível do camisa 7 agregaria muito para a Liga em termos
comerciais e de visibilidade. Da mesma forma que ocorreu com outros grandes
nomes que assinaram com clubes da Arábia, como Benzema e Cristiano Ronaldo.
— Algo semelhante às outras estrelas que temos. Há a vertente desportiva, para
melhorar a qualidade dos equipamentos, estruturas e dinâmicas. E também
visibilidade comercial. Os principais jogadores têm visibilidade global e alto
valor comercial. Obviamente faz a liga crescer. É muito importante em termos
desportivos, mas também em termos de visibilidade e comercialmente — explicou
Mugharbel.
Além de mais de 1 bilhão euros envolvidos (R$ 6 bilhões), o vínculo garantiria
liberdade para Vini decidir seu destino em 2029, papel como embaixador da Copa
do Mundo de 2034 e da Liga Saudita e ainda a possibilidade de exercer algum
cargo local após a aposentadoria como jogador. Apesar da oferta tentadora, o desejo de vencer a Bola de Ouro e detalhes
financeiros não permitiram que o negócio fosse à frente no ano passado.
Omar Mugharbel afirma que os torneios sauditas evoluíram muito nos últimos, o
que o tornou um cenário tão atrativo para grandes jogadores quanto qualquer
outra liga mundial. Entretanto, o gestor assegura que o objetivo para eles vai
muito além de se comparar com outros torneios. A proposta, segundo ele, é ter
impacto e promover melhorias para o futebol como um todo.
— Quero parar na palavra “competir”. Porque não estamos aqui para competir,
estamos aqui para colaborar com o ecossistema do futebol, para complementar. Mas
agora, acima de tudo, estamos focados no nosso mercado interno.
— Acreditamos que, devido à paixão pelo futebol na Arábia Saudita, os nossos
torcedores merecem o melhor campeonato possível. Embora, obviamente, não
trabalhemos isoladamente e tudo isso tenha impacto no planeta do futebol.
Queremos contribuir para a melhoria do futebol. É assim que vemos — disse o CEO.
Outro ponto tratado pelo executivo foi a crença de que o dinheiro seria o único
atrativo do futebol saudita e só por isso ele conseguiria levar tantos jogadores
e técnicos de alto nível. Omar garantiu que não é bem assim e que aqueles que
estão inseridos nos torneios do país podem afirmar o mesmo.
— Você pode facilmente perguntar aos jogadores, mas posso garantir que não é o
caso. Não se trata apenas de contratar atletas renomados, mas também de eles
terem impacto em campo. E é fácil de ver nos jogadores que estão vindo e atuando
com seus times. Vemos como a competitividade cresce, como a concorrência melhora
e como eles estão se integrando à comunidade. Tudo isso é fundamental para o
nosso crescimento e não apenas a parte financeira — apontou Omar Mugharbel.